segunda-feira, 16 de setembro de 2013
Martin Carlos Sánchez - DNA de talento
Por Ezequiel Gringo
Em contato direto com a arte desde criança, o surfista catarinense Martin Carlos Sánchez, 30, renasceu da inspiração. Já adulto, o filho da conceituada artista plástica argentina Graciela Grassi encontrou no reaproveitamento de madeiras e objetos vindos do mar a matéria prima necessária para criar suas obras.
Seus principais trabalhos levam o mundo aquático, as ondas e os traços primários. Peixes, máscaras tribais e lagostas são algumas das peças que surgem a partir de madeiras de barco, sucata metálica e objetos que as marés deixam nas costas das praias de Itajuba, onde mora e surfa, no município de Barra Velha, litoral Norte (SC).
Sempre preocupado com a preservação ambiental e a natureza, Martin repassava informações ambientais aos seus alunos da escolinha de surf local onde trabalhava. O caminho artístico fez que o reaproveitamento que incentivava nos surfistas iniciantes fizesse parte da arte das suas obras. Hoje, além de surfar na Praia do Sol, Syphodys e Laje do Jacques, também encontra objetos úteis para seus trabalhos nas areias dos picos.
“Como a mãe falava, nada se destrói, tudo se transforma. Comecei com os quadros há alguns meses. Sempre tinha trabalhado ajudando a mãe, mas nunca tinha me focado totalmente para a arte. Trabalhava em vários lugares e no final acabava sempre voltando ao ateliê. Desta vez a criação surgiu sozinha, sem pressões, de forma muito natural e assim deu certo, agora estou vendendo quadros em Penha, Barra Velha e Itajaí”, disse Martin, que possui seu ateliê e comércio de bebidas na Avenida Itajuba 800, na localidade de Itajuba. No estabelecimento batizado Bom Gole várias obras enfeitam a entrada e muitos curiosos param para perguntar ou fazer encomendas.
As artes plástica também são um legado de família, Martin é irmão do cartunista das surf tiras do portal Waves, Nicanor, que todos os dias desenha na parte inferior da página.
Hoje o artista e surfista, nascido na Patagônia Argentina, em General Roca, está produzindo várias obras para participar de uma exposição na casa das Recordações. Na sua primeira exposição, o fato de levar as peças ao público ainda dá um frio na barriga. “Estou um pouco nervoso. Muitas pessoas, compradores e amigos gostam dos quadros, porém expor as obras para uma grande quantidade de pessoas sempre é um desafio. Nesta exposição vou fazer uma homenagem à minha mãe com a apresentação em imagens de trabalhos dela. Toda esta repercussão é graças a Graciela Grassi, ela que me inspirou”, comentou.
Martin começou em 2000 a trabalhar com artes plásticas, quando ainda morava próximo das margens do rio Itajuba. Com sua mãe, Graciela Grassi, apreendeu o tratamento da madeira, uso de pátinas e os segredos da profissão. “A mãe tinha como tema principal os barcos. Ela gostava de barcos. Eu gosto de peixes, muitos dos meus trabalhos surgem assim naturalmente. Faço trabalhos a pedido e tenho várias encomendas, mas minha linha de trabalho está focada em animais e figuras”, explicou o artista.
Graciela Grassi é uma das poucas artistas plásticas profissionais de Barra Velha cujo ingresso vinha totalmente da produção e venda de obras. Com temática relacionada à açorianidade, foi convidada a participar da Festa do Açor em Florianópolis. Radicada durante mais de 20 anos em Barra Velha, ela faleceu na Argentina em 2011. Hoje seu legado sobrevive através da arte do seu filho Martin, onde nada se perde e tudo se transforma.
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